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O Manual de Sobrevivência do Conservador no séc. XXI é a transcrição de um curso, chamado Manual da Resistência, ministrado pelo jornalista e professor Daniel Lopez. O livro foi publicado pela Vide Editorial em 2020, tem cerca de 90 páginas e é dividido em 4 capítulos e uma conclusão. Cada capítulo aborda um tema específico: 1) Mídia; 2) Arte e Cultura; 3) Política; e 4) Educação. Na conclusão, Daniel apresenta algumas maneiras de como debater questões polêmicas – relacionadas aos temas já apresentados – apontando para as contradições da narrativa progressista. O objetivo do autor ao longo de todo livro é justamente este: oferecer instrumentos conceituais para que o leitor possa compreender e contestar as narrativas progressistas que são divulgadas na mídia e nas universidades como algo libertador, tolerante e democrático – quando, na verdade, o oposto seria o caso.
1. Mídia
No primeiro capítulo do Manual de Sobrevivência do Conservador, Daniel afirma que a palavra que dá origem ao nosso conceito de mídia é Medium. A mídia é o meio, ela está entre o fato e a população. No entanto, existem mais duas palavras relacionadas a Medium: medíocre e médium – esta significando o sujeito religioso que recebe revelações divinas e se comunica com o além. Partindo disso, o autor considera que a mídia – e aqui não entra apenas o jornalismo, mas também as novelas, o cinema e etc – é produtora de mediocridade e “construtora da realidade”.
Produtora de mediocridade, ele diz, pois ela tenta falar para o maior número de pessoas – que nem são gênios nem ignorantes, mas pessoas de inteligência mediana – como se estivesse lidando com uma criança de 12 anos, ou seja, ela toma o adulto como alguém infantil, abobalhado, desprovido de inteligência e da capacidade de discernimento, tal como a figura da personagem Homer Simpson.
“Construtora da realidade”, ademais, porque a sua palavra torna-se incontestável como a de alguém que recebeu alguma revelação divina. Por se colocar como a “detentora dos fatos” e ser composta por pessoas “bem informadas”, então é óbvio que o que ela está dizendo é a mais absoluta verdade. Para reforçar este argumento, o autor compara a mídia aos líderes de tribos antigas que memorizavam a história de seu povo e eram responsáveis por repassar aqueles ensinamentos para as próximas gerações.
Como, naquele período, o conhecimento era transmitido de forma oral e apenas o líder da tribo tinha conhecimento total da história de seu povo, sua palavra era inquestionável. Tal papel, mutatis mutandis, seria o assumido pela mídia. A hegemonia da liderança tribal foi quebrada quando a escrita desenvolveu-se, pois qualquer indivíduo passou a ter acesso aos conhecimentos escritos. O autor aponta que vivemos algo similar nos dias de hoje com o advento da internet: o surgimento de sites, blogs, canais no YouTube e etc, dão voz às pessoas e permitem que elas tenham acesso às informações que são ocultadas pela grande mídia – a qual, segundo o autor, tem sido utilizada para transmitir uma visão de mundo progressista, cujo objetivo é destruir a cultura ocidental.
2. Arte e Cultura
No segundo capítulo, Lopez fala sobre como os progressistas acreditam que a ética protestante – lê-se ‘moral judaico-cristã’ – fomenta o espírito do capitalismo e que, portanto, para eles, é necessário proferir ataques à propriedade privada, à família e à religião a fim de destruir a cultura ocidental. Contudo, segundo o autor, tais ataques são feitos por meio da cultura e de forma sutil: os progressistas apresentam certas idéias ou comportamentos como símbolos de liberdade, e se você os contesta é tachado de intolerante pela ‘patrulha ideológica’.
Como exemplo, o autor fala um pouco sobre a desconstrução da arte, que tem levado ao caos. A arte, que antes tinha o belo como seu referencial, passou a produzir obras abstratas, subjetivas e feitas intencionalmente para chocar e desconstruir padrões. Desse modo, se uma “manifestação artística” produz algo imoral e recebe críticas, os críticos, que geralmente são cristãos, são automaticamente acusados de censura e de ser contrários à liberdade.
3. Política
No terceiro capítulo, o autor define a política como responsável por criar boa harmonia entre os seres humanos que vivem em coletividade. Essa harmonia é buscada através de leis, e quem faz as leis são os representantes do povo. Se algum grupo não for representado, terá de viver segundo as leis criadas por um outro grupo.
O autor afirma que as leis criadas por representantes progressistas cerceiam a fala e a liberdade de outros grupos em prol da defesa da vontade de uma minoria. Os delitos cometidos para a implementação de tais leis e a ditadura que se instaura são, para eles, aceitáveis, desde que isso favoreça a ideologia progressista.
Daniel também afirma que, no fim, a política deixou de ser a busca da criação da boa harmonia social e foi reduzida à retórica – se sai melhor quem convence mais pessoas a aderir sua ideologia.
4. Educação
Por fim, no último capítulo do Manual de Sobrevivência do Conservador, ele nos diz que os progressistas criticam a educação vigente sob o argumento de que ela favorece o sistema capitalista, mas, na realidade, os principais teóricos da educação que influenciam o sistema de ensino brasileiro partem de um princípio marxista de teoria do conhecimento: o construtivismo e o socioconstrutivismo.
No construtivismo e no socioconstrutivismo, a figura do professor é quase irrelevante e ele não tem autoridade para corrigir os alunos, cada um tem que, sozinho, construir o próprio conhecimento. Não é por menos – afirma o autor – que o Brasil se encontra nas últimas colocações do ranking mundial de educação, ficando atrás até mesmo de países ainda mais pobres e menos desenvolvidos.
Um outro problema causado por esse estilo de educação seria o de que a criança cresce achando que tem sempre razão, tornando-se um adulto egoísta e mais propenso a aceitar as contradições das narrativas progressistas.
Este foi apenas um pequeno resumo da estrutura e das principais idéias do livro “Manual de Sobrevivência do Conservador no séc. XXI”. A intenção aqui não é substituir a leitura do livro, o qual, apesar de pequeno, tem bastante informação, é objetivo e de linguagem acessível para quem está dando seus primeiros passos na tentativa de entender o que se passa no cenário político e cultural brasileiro. Você pode adquirir este e diversos outros títulos no site da Vide Editorial usando nosso cupom DIARIO5 e garantir um desconto especial no momento da compra.
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Como dica de leitura, recomendamos este artigo da Virgínia Woolf.
Até a próxima!